Monday, October 24, 2005

REGRESSO A MOÇAMBIQUE

6.º dia – 24 de Outubro – MAPUTO / CHIMOIO

Na 2.ª feira, 24 de Outubro, logo pela manhã o Pedro levou-nos ao Aeroporto a fim de partirmos para o Chimoio (ex- Vila Pery) para o regresso à terra onde nascemos e, no fundo, a razão principal da nossa ida a Moçambique.
Durante quase uma semana vamos viajar por terras de Manica e Sofala reencontrando alguns lugares, paisagens e recordações da nossa infância e juventude, e certamente descobrindo muitas outras que nos serão absolutamente estranhas.
Partimos num “JETSTREAM 41” da MEX ( uma companhia aérea, subsidiária das LAM – Linhas Aéreas de Moçambique para os voos internos) num voo Maputo/Chimoio com escala em Vilanculos, pelo que fazendo o voo ao longo da costa e tratando-se de um “turbojet” que não se desloca à altitude dos jactos, se tornou possível observar durante os 50 minutos de viagem as deslumbrantes praias, a maior parte por explorar – um autêntico paraíso, comparável às do Nordeste do Brasil – que existem ao longo dos mais de 400/500 Kms que distam da capital a Vilanculos, no centro de Moçambique.
Na paragem em Vilanculos, o avião ficou praticamente sem passageiros, pois a maior parte eram turistas à procura das ligações para as ilha do Bazaruto, e depois de uma pausa de cerca de meia-hora retomamos o voo para o Chimoio, onde aterramos cerca do meio-dia, no novo aeroporto (esta é, porventura, a única e diferente obra de vulto construída na cidade relativamente ao tempo colonial, pois então a cidade possuía apenas um pequeno aeródromo junto à Exposição Feira do Chimoio, espaço agora pejado de construções) onde se encontravam à nossa espera o Eng.º Narciso Oliveira, responsável desde há muitos anos pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa no Chimoio, na relevante área da manutenção e apoio às linhas de transmissão de energia para a África do Sul e Centro/Norte de Moçambique, e colega dos meus tempos de exercício de funções de Director de Pessoal na HCB no Songo entre 1982 e 1996, e também o ainda nosso conhecido Ilídio Gonçalves, popularmente conhecido como o “Locas” (que nascido em Vila Pery, e depois de um breve regresso nos conturbados anos pós-independência à Braga dos seus ascendentes, resolveu voltar ao seu Chimoio natal e aí desenvolver o seu negócio integrado de automóveis – oficina de reparação, assistência com reboque, aluguer de automóveis – e nos fez o favor de emprestar “gratuitamente” o seu Toyota Land Cruiser com que nos deslocamos durante todo o tempo da nossa estadia.
Assentamos arraiais no novo Hotel em construção na cidade, com o sugestivo nome de “Hotel Castelo Branco”- homenagem aos seus ascentrais, do proprietário, mais um português, velho conhecido nosso, o João Mateus tanbém nascido em Vila Pery que após o forçado regresso pós-independência a Castelo Branco, resolveu também ele voltar ao Chimoio e tornar-se empresário hoteleiro, onde para além de explorar o velho “Moinho” está agora a construir esta nóvel e excelente unidade hoteleira (neste momento, a funcionar com apenas 10 quartos, mas que terá brevemente mais 30 quartos, sala de conferências, restaurante) e tudo arrumado, nos dirigimos para almoçar à “Palhota do Chica-Teco”, situado nos arredores da cidade, e proprietário também de um português o Sr. Santos (igualmente ainda conhedido da nossa família) que por lá se deixou ficar e construíu à volta de um grande embondeiro, que serve de centro à palhota feita com base em materiais exclusivamente africanos, um magnífico espaço, aliás, o melhor restaurante da cidade. Comemos aí umas magníficas postas de peixe-serra grelhado, acompanhado de um tinto português, enquanto conversavámos com o Sr. Santos recordando tempos idos, principalmente relacionados com a vivência do nosso pai Frrutuoso (“compadre anhanha”) e do sogro do meu irmão, o Sr. Tomé e depois do almoço, com demasiadas emoções vividas em tão pouco tempo, resolvemos regressar ao Hotel e descansar um pouco.
A parte final do dia foi ocupada a dar uma volta pela cidade, observando o lugares da nossa infância, adolescência e juventude, perceber que a actual cidade de Chimoio está práticamente igual ao que era Vila Pery salvo no que diz respeito à zona verde (o parque em frente ao antigo Colégio Nossa Senhora da Conceição, onde foram cortadas árvores em frente à residência (antiga e actual) do Governador, por razões de segurança) e também na zona do antigo Aero Clube do Chimoio, onde na pista anteriormente existente há agora um novo bairro residencial de construções que passou a ligar a fábrica da Textáfrica e instalçaões da SHER ao parque da ex-Feira Agrícola do Chimoio, e que está razoavelmente conservada, quando comparada com outras zonas conhecidas do país.
Depois de tomarmos uma “Manica” (que outra cerveja poderíamos beber nesta ocasião) no ex-bar da Atlântida do Saraiva “taquinho” (que se mantem quase como há trinta anos), fomos jantar uma vez mais ao “Chica Teco”, onde embora não fosse 6.ª feira em que normalmente todos os portugueses da zona se juntam para aquilo que designam como a “missa de sexta-feira”, encontrámos velhos e novos conhecidos, partilhamos histórias e vivências de tempos idos e actuais, após o que regressamos ao Hotel para descansar, preparando-nos para o dia seguinte, aquele que representava para todos nós o fim último da nossa viagem.

Comments:
Por favor, peço para que corrijam a seguinte informação contida no blog: O proprietário do Hotel Residencial Castelo Branco onde se hospedaram na província de Manica em Chimoio, chama-se José Manuel Mateus e não João Mateus como foi escrito.
De qualquer das maneiras, queríamos endereçar o nosso muito obrigado por terem referenciado o nome do hotel neste espaço.

FERNANDO MATEUS
00258825097760
EMAIL:hrcastelobranco@tdm.co.mz
 
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