Saturday, April 02, 2005
PASSADO
O passado (tudo passa, o que julgamos que permanece é apenas o que passa mais devagar) a meu ver, só faz sentido para o presente. O passado não existe por si próprio. Nós interpretamo-lo como que o reciclamos. Também o reconstruímos. Porque, o que é o passado? É um conjunto de pequenos acontecimentos que não têm lógica por si mesmos. Nós é que lhe reconstruímos a lógica que nos parece significativa. O passado é, a cada vez, reinterpretado em função das necessidades da actualidade.
Porventura, por isso, os meus familiares “passado” tanto tempo sobre as longíquas origens africanas (de Moçambique) e a despeito de terem reconstituído aqui em Portugal as suas vidas (a maior parte deles vivendo felizmente “do ponto de vista economico” muito melhor do que em África) sintam necessidade de voltar ao passado com gestos tão simples como o de darem os nomes das «origens» à realidade vivida no presente (por ex., o meu irmão Tomané denominou a magnífica vivenda que possui em Almansil, no Algarve, de “Cantinho do Chibata” – na verdade aquilo só podia ser um “cantinho” do verdadeiro e grande “Chibata” que ele conheceu e ajudou a construir – e o meu sobrinho Mané que nasceu em Moçambique (Beira) mas veio para Portugal com apenas 4 anos, sentiu, ainda assim, necessidade de regressar ao passado e designar a excelente vivenda que possui em Cascais do diminuitivo de “Chibatinha”).
Eu que não habito em nenhuma vivenda, mas num normal andar em propriedade horizontal da “outrora imperial Lisboa”, cujo reconhecimento de prédios e andares continua a ser feito por desconchabidos números, e que seria tomado por “louco” se ousasse designar o meu apartamento por ex. de “Minicantinho do Chibata” (à míngua de um n.º ... o homem dos CTT nunca me faria chegar o correio ...) só podia “desmaterializar” o meu regresso ao passado e assim construir este blog e designá-lo por “Choachibata”.
A verdade é que de uma maneira ou outra o Chibata (passado) continua presente em todos nós ... !
Porventura, por isso, os meus familiares “passado” tanto tempo sobre as longíquas origens africanas (de Moçambique) e a despeito de terem reconstituído aqui em Portugal as suas vidas (a maior parte deles vivendo felizmente “do ponto de vista economico” muito melhor do que em África) sintam necessidade de voltar ao passado com gestos tão simples como o de darem os nomes das «origens» à realidade vivida no presente (por ex., o meu irmão Tomané denominou a magnífica vivenda que possui em Almansil, no Algarve, de “Cantinho do Chibata” – na verdade aquilo só podia ser um “cantinho” do verdadeiro e grande “Chibata” que ele conheceu e ajudou a construir – e o meu sobrinho Mané que nasceu em Moçambique (Beira) mas veio para Portugal com apenas 4 anos, sentiu, ainda assim, necessidade de regressar ao passado e designar a excelente vivenda que possui em Cascais do diminuitivo de “Chibatinha”).
Eu que não habito em nenhuma vivenda, mas num normal andar em propriedade horizontal da “outrora imperial Lisboa”, cujo reconhecimento de prédios e andares continua a ser feito por desconchabidos números, e que seria tomado por “louco” se ousasse designar o meu apartamento por ex. de “Minicantinho do Chibata” (à míngua de um n.º ... o homem dos CTT nunca me faria chegar o correio ...) só podia “desmaterializar” o meu regresso ao passado e assim construir este blog e designá-lo por “Choachibata”.
A verdade é que de uma maneira ou outra o Chibata (passado) continua presente em todos nós ... !