Tuesday, March 08, 2005
A CPLP E A LUSOFONIA
Afigura-se hoje evidente para todos que a CPLP está em estado de letargia e que carece de uma vigorosa revitalização, sob pena de uma dimensão fundamental da política externa portuguesa ser posta em causa.
A CPLP ainda não se passou dos projectos parcelares e os dois países com maiores potencialidades para a sua revitalização (Brasil e Portugal) não parecem, embora por razões diferentes, muito interessadas nela: Portugal tem apresentado os receios típicos de um pequeno país, que não quer desagradar aos grandes Estados da União Europeia, tardando em perceber que a sua força pode muito bem advir da respectiva capacidade negocial junto dos Estados de língua portuguesa, numa dimensão cultural - com a língua portuguesa à cabeça - que nos dias de hoje, numa verdadeira “contra-globalização” poderia assumir uma crescente importância.
O erro de base é uma afirmação na absorção pelos outros Estados - o que vai paulatinamente acontecendo na União Europeia - sem a concomitante individualização na pertença a outros espaços, com enormes potencialidades humanas e económicas.
A questão não é apenas a ausência de recursos financeiros para implantar projectos de cooperação, embora o dinheiro seja sempre necessário, mas a ausência de uma política externa própria que, não pondo em causa naturalmente a integração na UE ou a relação transatlântica, pudesse dar corpo ao grande projecto da lusofonia – a CPLP.
A CPLP ainda não se passou dos projectos parcelares e os dois países com maiores potencialidades para a sua revitalização (Brasil e Portugal) não parecem, embora por razões diferentes, muito interessadas nela: Portugal tem apresentado os receios típicos de um pequeno país, que não quer desagradar aos grandes Estados da União Europeia, tardando em perceber que a sua força pode muito bem advir da respectiva capacidade negocial junto dos Estados de língua portuguesa, numa dimensão cultural - com a língua portuguesa à cabeça - que nos dias de hoje, numa verdadeira “contra-globalização” poderia assumir uma crescente importância.
O erro de base é uma afirmação na absorção pelos outros Estados - o que vai paulatinamente acontecendo na União Europeia - sem a concomitante individualização na pertença a outros espaços, com enormes potencialidades humanas e económicas.
A questão não é apenas a ausência de recursos financeiros para implantar projectos de cooperação, embora o dinheiro seja sempre necessário, mas a ausência de uma política externa própria que, não pondo em causa naturalmente a integração na UE ou a relação transatlântica, pudesse dar corpo ao grande projecto da lusofonia – a CPLP.