Saturday, August 16, 2008

MEMÓRIAS DE VILA PERY - AERO CLUBE

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CRIAÇÃO DO AERO CLUBE
A história da criação do Aero Clube contada pelo Fernando Marques:
"Muito pouca gente de Vila Pery saberá ou se lembrará, como teve início e quem foi o responsável pelo arranque desta obra.
O grande obreiro do Aeródromo de Vila Pery foi MANUEL DIAS DOS SANTOS, mais conhecido pelo Manel.
Filho do velho residente Agostinho Dias dos Santos, que era tratado carinhosamente pelo Pai Dias, e irmão do Francisco (Xico) Dias dos Santos, Abel Dias dos Santos e julgo que mais um ou dois irmãos ou irmãs, era, ao tempo, o responsável pela SHELL em Vila Pery, que mais tarde passou para o Entreposto, e do qual foi gerente.
O Manel que teve uma educação inglesa, era muito popular em Vila Pery, não só pela sua bonomia e por ser um "Bon Vivant" mas também pela sua característica no falar, misturando frequentemente o português com o inglês.
A sua personagem foi recriada, ainda em vida, numa Revista levada à cena pelo Teatro de Amadores de Vila Pery, intitulada "Vila Pery Via Aérea".
Nessa altura, o meu pai era o responsável pela "farm" da família Fernandes, de onde foi cedido um terreno destinado à construção de uma pista para pequenos aviões, fundamentalmente do Aero Clube da Beira, do qual faziam parte alguns familiares dos Fernandes, entre os quais o filho de um deles, que era piloto e instrutor.
Abro aqui um parêntesis só para dizer que foi com ele - Luís Manuel Fernandes - que tive o meu baptismo de voo.
Este talvez o motivo pelo qual cederam o terreno, possibilitando assim a deslocação do seu filho e outros, em avião, da Beira a Vila Pery.
Estamos a falar do tempo em que o Pungué ainda era atravessado de Batelão e a estrada não era alcatroada.
No período das férias escolares, era costume os filhos do Dr. Raul Fernandes, então Presidente da Câmara Municipal da Beira e Director do Observatório, o Tó, o Manuel e o Raul, virem passar algum tempo com os tios, à "farm" onde eu também estava.
Num determinado dia, o Manuel Dias dos Santos, que era visita da casa, desafiou-nos para irmos com ele ver umas coisas.
Começamos então a percorrer aquele terreno a pé e o Manel foi-nos dando conta das suas ideias e do que planeava fazer.
Além do capim bastante alto, havia ainda muitos arbustos, especialmente a célebre "lantana", o que dificultava bastante as caminhadas.
Porém, com os nossos 12/13 anos, nada nos atrapalhava e, entusiasmados com o que dali sairia, andámos nesta tarefa alguns dias, ajudando a medir, a colocar estacas, fazer marcações, etc. e a ouvir o Manel desfiar os planos que tinha.
Foram dias magníficos e entusiasmantes.
Depois apareceu um tractor a cortar o capim, a derrubar os arbustos e os morros de "muchem".Os dias iam passando e a pista começou a ter forma. Inicialmente apenas uma, no sentido Nascente/Poente. Só mais tarde foram construídas outras duas, sendo uma no sentido Norte/Sul e outra, mais pequena, entre as duas.
Depois a manga de vento e as chapas pintadas a assinalar o final da pista e marcas a assinalarem os limites da sua largura.
Infelizmente, já não tenho presente quando a mesma foi inaugurada, mas existe na minha memória um pequeno festival aéreo com 2 ou 3 aviões do Aero Clube da Beira - os célebres "Tiger" - e alguns baptismos de voo.
Lembro aqui, que esta pista, logo após a construção, serviu para uma aterragem, quase de emergência, de um "Junkers" da DETA, da carreira L. Marques/Beira/Tete.
A partir daí foi criado o Aero Clube de Chimoio e foi construído um hangar para a recolha de 2 aparelhos.
A seguir veio a compra do 1º. Avião, um "Taylorcraft" vermelho, com a matrícula CR-ABZ.
Entretanto, a Direcção Geral de Aeronáutica Civil - suponho que foi este Organismo - assumiu, durante muito tempo, a manutenção e conservação do Aeródromo, tendo para ali enviado um funcionário.
Com a evolução e o consequente progresso de toda a região, o Aero Clube também evoluiu até atingir a situação que todos conhecemos.
Infelizmente, o Manuel Dias dos Santos, grande entusiasta das coisas da aviação - não recordo se ele possuía "brevet" - não chegou a ver toda a evolução da sua obra, pois faleceu antes disso.
O seu irmão XICO, piloto e instrutor, depois de se fixar em Vila Pery, mais propriamente na Mafura, onde o pai tinha uma "farm" e ele acabou por adquirir uma outra, deu bastante apoio ao Aero Clube de Chimoio, tendo sido seu instrutor e formou vários pilotos da terra.
Também foi com ele que o CR-ABZ teve um acidente, de certo modo grave, na zona da Mavita, a quando do regresso de uma viagem à Beira, embora sem danos humanos.
Evidentemente que outras individualidades e empresas contribuíram para o engrandecimento desta obra, mas considero que o MANUEL DIAS DOS SANTOS, foi o seu grande obreiro.
Esta minha "mal alinhavada" crónica, não pretende mais do que dar a conhecer, aos mais novos, o nome dos que contribuíram para o progresso e engrandecimento daquela terra e, simultaneamente, prestar uma singela homenagem ao "MANEL".
Santo André, Sines
Fernando Marques
Ao que parece, e como mero registo histórico, também o General Galvão de Melo andou por estas paragens e esteve na génese da escolha dos aerodromos próximos de Vila Pery:
"Mais um grande Amigo (general Galvão de Melo) que resolveu voar mais alto ainda! Com saudade deste companheiro e piloto da FAP que o ajudou na sua modestia na escolha dos aerodromos circundantes a Vila Pery, Mocambique, quando na altura eu era director da Escola de pilotagem do Aeroclube de Chimoio. Até sempre meu Amigo."
23.03.2008 22.16 Augusto Moreira da Cunha, Oakville, Canadá.

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25.º Aniversário do Aeroclube - Festival Aéreo
Na foto do Cmt José Vilhena (in "voandoemmozambique. blogspot.com") pode ver-se ao fundo o célebre (por ter sido o primeiro avião do Aeroclube) "Taylorcraft" vermelho, com a matrícula CR-ABZ, referenciado no texto do Fernando Marques.

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Posted by Picasa Estado actual - Aero Cube transformado em Escola.

Sunday, July 20, 2008

MEMÓRIAS DE VILA PERY - HOTEL


Posted by Picasa HOTEL DE VILA PERY - 1929

O edifício do Hotel mantém-se tal qual como aparece nas fotos de 1930 e 1934, como pude comprovar aquando da visita ao Chimoio em 2005, embora usado como habitação.
Bem andaria o governador da província de Manica se encetasse diligências no sentido de preservar um conjunto de edifícios (Hotel, antiga Escola Primária, hoje Conselho Executivo, Almoxarifado, Sports Clube, casas do médico defronte do café Chimoio, do Poriazis e Petridis) demonstrativos da arquitectura colonial da cidade.


Hotel de Vila Pery -1934





























HOTEL ALIANÇA - 1930
O outro hotel de Vila Pery que mais tarde remodelado viria
a pertencer ao Zeca Costa
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HOTEL ALIANÇA - 1934
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Sunday, June 01, 2008

MEMÓRIAS DE VILA PERY - Escola Primária D.Gonçalo da Silveira

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Construída em 1930 (estas fotografias são do periodo de 1930-1934) a Escola D. Gonçalo da Silveira foi a primeira escola primária de Vila Pery, onde fizeram os estudos primários várias gerações - os da minha, como o Carlos Lages, Alexandre e Zé Violante, Carreiro, Garcia o “galinha”, Luis Gomes, Vitorino, Jassu, Aguiar, Fielito, Viegas, Pedro Laje - os da anterior à minha (Lacerda, Tony Almeida Matos, Renato Saavedra, Beto, Rui Barriga, Conde, Rui Basílio, o meu irmão Tomané, Fiel, Azambuja, Tomané) e os da gerações vindouras até à construção da nova escola primária nos anos 70 junto ao jardim defronte do Colégio.
Aquando da elevação de Vila Pery a cidade na década de 70, o edifício passou a ser a sede da primeira Câmara Municipal, mantendo-se na actualidade com a mesma fachada e traça arquitectónica como o edifício do Conselho Executivo da cidade do Chimoio.
Porquê Escola D. Gonçalo da Silveira?
O patrono da escola tinha ligações à região, pois D. Gonçalo da Silveira, era filho de D. Luís da Silveira, 1º Conde de Sortelha, e havia partido para a Índia em 1556 como missionário jesuíta. Dali, por ordem do Provincial partiu em 1560 para a África Oriental, chefiando uma missão que viria a ser a primeira a pisar tais terras com a finalidade de converter ao cristianismo os povos de Tonga e Monomotapa (o Império do Monomotapa seria toda uma região que englobava a zona de Manica e se estendia até Tete). Apesar de ter obtido sucessos iniciais na sua obra de cristianização, bem depressa se verificou a fragilidade do êxito. Isto não abalou a fé de Gonçalo da Silveira que partiu da cidade de Moçambique para o Império do Monomotapa em 18 de Setembro de 1560. Por alturas do Natal chegou à capital do referido Império Negro, onde foi bem recebido, tendo levado pouco tempo a converter o imperador Africano e a baptizá-lo com o nome de D. Sebastião. Porém, a influência muçulmana junto do imperador conseguiu convencê-lo de que o padre Gonçalo da Silveira era um perigoso feiticeiro, agente do Governador da Índia. A sua morte ocorreu em 15 de Março de 1561 tendo o seu corpo sido lançado no rio Mussenguese.

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Sunday, May 25, 2008

GRUPO DE CAMPO DE OURIQUE



Posted by Picasa Aproveitando mais uma passagem do Pedro Ogando por Lisboa, o grupo de Campo de Ourique voltou a reunir-se para um almoço no Aniceto (em Campo de Ourique, onde mais podia ser!) com alguns dos presentes aqui à porta do restaurante: Pedro Ogando, Chico Costa, Carlos Perdigão, Carlos Vasconcelos, João Loureiro, Mané, João Loureiro, Rogério Beatriz e Mário Belfo.


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Carlos Perdigão, Chico Costa. Mário Belfo. Jão Loureiro, Luis Ciclista, Pinfas, Mané, Pedro Ogando, Carlos Antunes, Carlos Vasconcelos e Rogério Beatriz.



Posted by Picasa Uma imagem do Grupo com mais de 30 anos.
Em pé: da esq.ª para a dt.ª - Luis (Ciclista), Carlos Antunes, Tomás, Orlando, Camacho (infelizmente já falecido), Zé Tomás, Luis (Básico), João Loureiro, Carlos Vasconcelos, Luis Rico, Jorginho (Avô).
Em baixo: Chico Costa, Leovilgido Oliveira, Araújo, Zé Vasconcelos, Fernando Zumba (já falecido), Zé Manuel, Pereira, Antero Oliveira (pai do Mário Belfo, infelizmente também já falecido).


Posted by Picasa Carlos Perdigão, Chico Costa, Mário Belfo, João Loureiro, Luís Ciclista, Pinfas, Mané, Carlos Vasconcelos, Rogério Beatriz e Carlos Antunes.


Posted by Picasa Carlos Vasconcelos, Rogério Beatriz, Carlos Perdigão, Chico Costa e Mário Belfo.


Posted by Picasa João Loureiro, Carlos Perdigão e Luis Ciclista

Saturday, May 03, 2008

MEMORIAS DE VILA PERY - Igreja

















Igreja em construção - 1931
Foto: Arquivo da Companhia de Moçambique
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Inauguração em 1934
Foto: Arquivo da Companhia de Moçambique
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Foto actual
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Thursday, April 17, 2008

MEMÓRIAS DE VILA PERY - Hospitais

Posted by Picasa Hospital 1936 - Foi neste hospital onde nasci faz hoje precisamente 60 anos.
Foto: Arquivo Companhia Moçambique

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Posted by Picasa Hospital Indígena - de construção mais recente e com melhores instalações do que o velhinho hospital.

Friday, March 21, 2008

MEMORIAS DE VILA PERY - Sports Clube Vila Pery















Equipa de 1958-1960 Em pé da esquerda para a direita: Carlos, Rui Shirley, Fernando Marques, Alberto, Zeca Reis, Fortuna, (?), Chico Torres e Machado.
Em baixo; Mendonça, Ginja, Rodrigues, Amaral Azevedo e (?).
Foto retirada igualmente e com a devida vénia do http://www.vilapery.com/
Esta já eu vi jogar com os meus 10 anos no Campo Municipal defrontando as equipas da Beira (Sporting, Ferroviário, SLB, Desportivo, CRIP, Operários Goeses) no Campeonato da Associação de Futebol de Manica e Sofala.
Foi a que precedeu a grande equipa do Sports Clube (irmãos Catarralana, Costa, Natalino, Saavedra, Ferreira, Rodrigues) que foi campeã distrital de Manica e Sofala em 1965-66.
Quem tiver fotos desta equipa vencedora (ou doutras equipas relacionadas com o futebol de Vila Pery) envie-me para publicação.
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