Sunday, June 01, 2008
MEMÓRIAS DE VILA PERY - Escola Primária D.Gonçalo da Silveira
Construída em 1930 (estas fotografias são do periodo de 1930-1934) a Escola D. Gonçalo da Silveira foi a primeira escola primária de Vila Pery, onde fizeram os estudos primários várias gerações - os da minha, como o Carlos Lages, Alexandre e Zé Violante, Carreiro, Garcia o “galinha”, Luis Gomes, Vitorino, Jassu, Aguiar, Fielito, Viegas, Pedro Laje - os da anterior à minha (Lacerda, Tony Almeida Matos, Renato Saavedra, Beto, Rui Barriga, Conde, Rui Basílio, o meu irmão Tomané, Fiel, Azambuja, Tomané) e os da gerações vindouras até à construção da nova escola primária nos anos 70 junto ao jardim defronte do Colégio.
Aquando da elevação de Vila Pery a cidade na década de 70, o edifício passou a ser a sede da primeira Câmara Municipal, mantendo-se na actualidade com a mesma fachada e traça arquitectónica como o edifício do Conselho Executivo da cidade do Chimoio.
Porquê Escola D. Gonçalo da Silveira?
O patrono da escola tinha ligações à região, pois D. Gonçalo da Silveira, era filho de D. Luís da Silveira, 1º Conde de Sortelha, e havia partido para a Índia em 1556 como missionário jesuíta. Dali, por ordem do Provincial partiu em 1560 para a África Oriental, chefiando uma missão que viria a ser a primeira a pisar tais terras com a finalidade de converter ao cristianismo os povos de Tonga e Monomotapa (o Império do Monomotapa seria toda uma região que englobava a zona de Manica e se estendia até Tete). Apesar de ter obtido sucessos iniciais na sua obra de cristianização, bem depressa se verificou a fragilidade do êxito. Isto não abalou a fé de Gonçalo da Silveira que partiu da cidade de Moçambique para o Império do Monomotapa em 18 de Setembro de 1560. Por alturas do Natal chegou à capital do referido Império Negro, onde foi bem recebido, tendo levado pouco tempo a converter o imperador Africano e a baptizá-lo com o nome de D. Sebastião. Porém, a influência muçulmana junto do imperador conseguiu convencê-lo de que o padre Gonçalo da Silveira era um perigoso feiticeiro, agente do Governador da Índia. A sua morte ocorreu em 15 de Março de 1561 tendo o seu corpo sido lançado no rio Mussenguese.