Thursday, December 15, 2005
O Pedro Ogando com o Marcelo Lippi (actual seleccionador italiano) na Baía (Brasil) - a tal facilidade de relacionamento com todos que referi ser a característica mais marcante da personalidade do Pedro.
Grupo de Campo de Ourique defronte da sede "O Meu Café": de pé (da esq. para a dt.) Luis (ciclista), eu, Quim (matolas), Orlando, Camacho, Zé Tomás, Luis (básico), João Loureiro, Carlos Vasconcelos, Luis Rico, Jorginho (avô); em baixo, Chico Costa, Virgilio, Araújo, Zé Vasconcelos, Fernando (zumba), Zé, Pereira e Antero. Faltam na fotografia, alguns que não puderam estar presentes neste almoço, entre eles o Pedro Ogando, Fernando Martins, Torres (massa), Jorge Custódio, sei lá tantos outros de que agora já não me recordo o nome.
Pedro Ogando
Regressado da viagem a Moçambique, em grande parte motivada pelo facto do Pedro Ogando se encontrar a trabalhar em Maputo e me ter dito numa das suas passagens por Lisboa “porque é que eu não voltava à minha terra agora que tinha à minha disposição a casa dele”, vou tentar falar um pouco sobre ele, a nossa longa amizade, a paixão comum pelo Sporting ... .
Conheci-o em Lisboa, por volta dos anos 70, onde proveniente de Luanda para frequentar Direito (onde eu chegara alguns anos antes, do lado de lá do Indíco, para fazer o mesmo) e encetamos aí, dentro do “grupo de Campo de Ourique” (celeberrimo grupo com sede no “Meu Café” que viria a dar origem a uma pleiade de dirigentes do Benfica que se tornou mesmo conhecida por esse nome, mas também do Sporting) o princípio de uma longa e duradoura amizade.
Por volta dos anos 80, ambos já licenciados, o rumo das nossas vidas profissionais ( o Pedro optando pela carreira de funcionário das Comunidades Europeias, eu regressando a Moçambique para trabalhar em Cahora Bassa) levou à nossa separação, aqui e acolá entrecortada por reencontros durante as férias em Lisboa, com umas idas a Alvalade para ver jogar o nosso Sporting (podia lá deixar de ser assim), Luanda ou Bruxelas em ocasiões em que aí me desloquei em serviço, que espaçados por longos períodos de tempo, eram, no entanto, como se nunca tivessemos deixado de estar juntos.
Acompanhei o seu percurso profissional, nas missões da União Europeia pela sua Angola “natal” nos duros anos da guerra civil, na zona dos Grandes Lagos (Congo, Ruanda) também nos momentos difíceis, agora em Moçambique em ambiente mais calmo, mas sempre ligado aos projectos de ajuda ao desenvolvimento das populações africanas mais carenciadas, e com aquela sua espantosa capacidade de relacionamento pessoal com todos, ricos e pobres, brancos e negros ( para mim, o Pedro foi o europeu mais africano que até hoje encontrei ).
Só para terem ideia do que afirmo é verdadeiro e que não estou a exagerar, transcrevo o que sobre ele afirma o Fernando Nobre da AMI no seu livro "Viagens Contra a Indiferença" a págs. 204 (o contexto é o relato de uma missão à Colômbia - 1997, 21 de Julho 15:30):
Conheci-o em Lisboa, por volta dos anos 70, onde proveniente de Luanda para frequentar Direito (onde eu chegara alguns anos antes, do lado de lá do Indíco, para fazer o mesmo) e encetamos aí, dentro do “grupo de Campo de Ourique” (celeberrimo grupo com sede no “Meu Café” que viria a dar origem a uma pleiade de dirigentes do Benfica que se tornou mesmo conhecida por esse nome, mas também do Sporting) o princípio de uma longa e duradoura amizade.
Por volta dos anos 80, ambos já licenciados, o rumo das nossas vidas profissionais ( o Pedro optando pela carreira de funcionário das Comunidades Europeias, eu regressando a Moçambique para trabalhar em Cahora Bassa) levou à nossa separação, aqui e acolá entrecortada por reencontros durante as férias em Lisboa, com umas idas a Alvalade para ver jogar o nosso Sporting (podia lá deixar de ser assim), Luanda ou Bruxelas em ocasiões em que aí me desloquei em serviço, que espaçados por longos períodos de tempo, eram, no entanto, como se nunca tivessemos deixado de estar juntos.
Acompanhei o seu percurso profissional, nas missões da União Europeia pela sua Angola “natal” nos duros anos da guerra civil, na zona dos Grandes Lagos (Congo, Ruanda) também nos momentos difíceis, agora em Moçambique em ambiente mais calmo, mas sempre ligado aos projectos de ajuda ao desenvolvimento das populações africanas mais carenciadas, e com aquela sua espantosa capacidade de relacionamento pessoal com todos, ricos e pobres, brancos e negros ( para mim, o Pedro foi o europeu mais africano que até hoje encontrei ).
Só para terem ideia do que afirmo é verdadeiro e que não estou a exagerar, transcrevo o que sobre ele afirma o Fernando Nobre da AMI no seu livro "Viagens Contra a Indiferença" a págs. 204 (o contexto é o relato de uma missão à Colômbia - 1997, 21 de Julho 15:30):
"Segundo informações que pude obter da União Europeia, o seu Departamento de Ajuda Humanitária desbloqueou recentemente 4,5 milhões de ecus para a ajuda dessas populações deslocadas. Amanhã às 16:00 irei falar com o delegado da União Europeia em Bogotá para ver o que a AMI pode fazer no quadro dessa ajuda. Desde já parece-me díficil. Infelizmente em Bruxelas, nos corredores do poder da União Europeia, não podemos contar com quase nenhum apoio dos funcionários portugueses na instituição.
A maioria dos funcionários portugueses na Comissão Europeia estão inchados de soberba por estarem em Bruxelas, deslumbrados por se descobrirem europeus e nas tintas quanto à sobrevivência das ONG portuguesas. Fazem-me rir, eu que me formei e vivi 20 anos em Bruxelas antes de 1986 ... A esse respeito quero apenas referir duas excepções que conheço: o Dr. José Manuel Pinto Teixeira e o Dr. Pedro Ogando." (sic, fim de citação).
É este o Pedro Ogando que aprendi a conhecer, que faz questão de ser meu amigo, e com quem acabo de passar alguns dos bons momentos das minhas férias em Moçambique.
Saturday, December 10, 2005
MACHELE
MACHELE – O GRANDE “LEÃO” DE MAPUTO
O Machele é o motorista da Delegação da Comissão Europeia em Maputo, reconhecido por todos como um excelente profissional, dotado igualmente de enorme dimensão humana e familiar, mas cujo traço mais marcante da sua personalidade é o seu ferrenho amor pelo Sporting, o de um convicto sportinguista nos melhores e piores momentos do seu clube, seguidor apaixonado pelas transmissões televisivas dos jogos do Sporting como se estivesse em pleno Alvalade XXI, sabedor de tudo quanto respeita ao clube e verdadeira enciclopédia do sportinguismo em Maputo ... que grita para o Pedro na 2.ª feira ao chegar ao serviço “Ganhámos!», «Somos os Maiores!», ou deixa escapar em surdina “senhor Pedro ontem chorei muito com a derrota do nosso Sporting!”, eivado de uma paixão porventura superior à demonstrada semanalmente pelos próprios adeptos nas bancadas do Estádio José Alvalade (de resto, comum por aquelas bandas à generalidade dos moçambicanos, em função das preferências clubísticas, pelos sucessos do Sporting, Benfica ou Porto ... )
Sabedor de tudo isto pelo Pedro, antes da viagem para Moçambique desloquei-me ao Alvalaxia e aí adquiri uma camisola do Sporting onde mandei gravar o nome do grande leão de Maputo “ MACHELE”.
A entrega, como a foto o documenta, foi feita na vivenda do Pedro, juntando três grandes sportinguistas (eu, Machele e o Pedro) unidos pelo ideal leonino que, como se vê, ultrapassa a dimensão do próprio país.
Bem quanto ao Machele sabemos quanto ele estava feliz por ter recebido aquela simples camisola, e a prova da sua dimensão humana é que poucos dias antes do meu regresso o Pedro me entregou uns pacotes de castanha de cajú que o Machele disse ser para oferecer aquele nosso amigo do Sporting!
Machele, aquele abraço deste conterrâneo moçambicano e irmão sportinguista, e acredita que este ano vamos ser “campeões”.
Sabedor de tudo isto pelo Pedro, antes da viagem para Moçambique desloquei-me ao Alvalaxia e aí adquiri uma camisola do Sporting onde mandei gravar o nome do grande leão de Maputo “ MACHELE”.
A entrega, como a foto o documenta, foi feita na vivenda do Pedro, juntando três grandes sportinguistas (eu, Machele e o Pedro) unidos pelo ideal leonino que, como se vê, ultrapassa a dimensão do próprio país.
Bem quanto ao Machele sabemos quanto ele estava feliz por ter recebido aquela simples camisola, e a prova da sua dimensão humana é que poucos dias antes do meu regresso o Pedro me entregou uns pacotes de castanha de cajú que o Machele disse ser para oferecer aquele nosso amigo do Sporting!
Machele, aquele abraço deste conterrâneo moçambicano e irmão sportinguista, e acredita que este ano vamos ser “campeões”.